Ele nada respondeu. Saiu desorientado. Ganhou a rua. Satisfazer os gostos da mãe, desde muito criança, sempre foi para ele uma violência. Os faniquitos dela eram constantes. Bastava ser contrariada. Mas agora não podia mais. Vários episódios passavam-lhe pela cabeça. A ira avolumava-se em seu corpo. Tinha vontade de voltar a casa e dizer inúmeros desaforos àquela mulher... Estourava de raiva. Andava pelo bairro como se movesse em espiral.
Parou em uma panificadora para o desjejum. Quem o visse naquele momento, adivinharia logo que era alguém em queda. Decidiu que não voltaria mais para aquilo que até agora tinha como seu lar. Mas o que faria?
O seu rendimento de todos os meses estava comprometido com o financiamento do imóvel que comprara na cidade. Ainda mais, tinha acabado de fixar contrato por um ano com o inquilino. Poderia rescindi-lo? Sim, mas teria que pagar uma multa que não lhe era possível. Fazia contas. O dinheiro que lhe sobrava do salário não era nada. O aluguel que recebia também não era um valor que lhe pudesse garantir todas as despesas se morasse sozinho.
Vender o carro! Era isso que iria fazer. Andaria a pé pela cidade, seria dono de seu próprio destino. E chafurdava novamente na mágoa que era maior do que seu corpo. Procurava pensar que tudo corre no mundo da melhor maneira possível. Era hora! Mas precisava ser daquele modo? E enquanto o inquilino não desocupasse a casa e enquanto não vendesse o carro para quitar a multa para onde iria? Onde moraria? Como iria se virar com o pouco dinheiro que lhe restava? Se pudesse contar com alguém! Pensar em Jardel lhe dava alento.
Perambulou pelas ruas. Decidiu caminhar pelas alamedas do bosque municipal. Esteve por horas olhando o lago envolvido em intrincados raciocínios. Por onde quer que fosse, como pano de fundo, havia sempre a lembrança de algo vivido, a figura da mãe e a dúvida: para onde iria?
11 comentários:
Continuo extremamente interessado no desenvolvimento do enredo e aguardando coisas quentinhas...
rsrsrs,
oi colega de blog...
espero segunda feira o novo capítulo.
não vi mais vc no meu blog
abração
Brigado pela visita, tava sentindo sua falta.
Você já visitou o blog do celso dossi?
Ele sempre bolando uma versão hilária dos fatos do cotidiano, passa lá.
Ah, e preciso continuar a ler seu blog, eu ainda to parado naquele comecinho.
Bom findi
É...
Mas ao menos está plantando o futuro. Pode muito bem desviar desse "problema" temporariamente, até estabilizar-se e viver a própria vida com quem ama.
¿Abraços!
Legal a história!
Queremos ver o que vai acontecer ainda!
Obrigado por ter me linkado aqui! Vou linkar você também lá no meu blog.
nossa..
que triste...
e eu que pensei que estava vivendo em uma tragedia...
mas calma que tudo ira se resolver..
beijão
Muito interessando espero desenvolvimento...
A foto é belíssima!
TENHO uma mãe bem parecida com a dele
Rapaz... Difícil chutar o balde sem pensar no que virá depois, não? Bem curioso para ler o que se segue.
Abraço.
Parar em uma panificadora para o desjejum é decididamente Eça de Queiroz!
William
tensa situação, já por muitas vezers tive vontade de jogar tudo pro alto e viver uma nova vida. Só.
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