segunda-feira, 3 de março de 2008

7. Jardel



As horas que se passaram entre o encontro na sorveteria e a reunião se transformaram numa daquelas experiências em que não se percebe o tempo passar. Já que Maria Luísa tinha compromisso e só podia se encontrar com eles mais tarde, Jardel o havia convidado para continuarem juntos e prepararem o jantar para logo mais. Ele que há muito tempo não era convidado para nada, ainda mais por um rapaz bonito, simpático e espirituoso como aquele, não titubeou em aceitar.


Jardel era filho do Sargento Leônidas, que comandava o Tiro de Guerra da cidade nos últimos anos. Otávio, que já conhecia o pai, sabia agora que o motivo por não conhecer o filho era o fato de que estava fazendo odontologia em outra cidade. Agora que terminara o curso, desejava investir profissionalmente onde os pais estavam.


Quando Otávio soube que os pais de Jardel estavam de férias, perguntou quem eram os convidados. O outro foi lacônico:


- Nós três...


Saíram dali e foram às compras. Dividiram-se contas, flagraram-se olhares e os corpos se esbarravam, diria Otávio que propositadamente. Depois daquela surpresa, ele queria encontrar meios sobrenaturais ou artifícios hábeis para adivinhar que alguma coisa estava por vir. Ele tentava se segurar, mas sua imaginação era mais forte do que sua razão. O outro lhe fazia tanto bem que era possível dizer que se conheciam há anos. Como alguém que encontra um amante, ele sorria satisfeito. Tudo estaria apenas começando?

3 comentários:

Theo disse...

Oi... vim te agradecer o comentário no meu blog e dizer q tb gostei muito do seu!! A forma como vc mistura literatura e realidade... Muito bom!
Acho q pode voltar pensar em publicar um livro! Tem mto talento pra isso!!

Te linkei lá no blog! Voltarei aqui sempre!!

Abraço!

Até mais

André Mans disse...

ele e nós esperamos que sim

Alberto Pereira Jr. disse...

e que delícia de começo não?